quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Definição

A Lenda conta de maneira fantasiosa uma narrativa transmitida oralmente, de geração em geração, que assenta em factos reais modificados pela fantasia, mas não se trata de uma reconstituição real mas, sim de uma narrativa ficcional criada a partir de factos reais.

Características

Conta de maneira fantasiosa factos ocorridos com personagens ou em lugares que existiram na realidade.
     Resulta de uma mistura de realidade com fantasia.
     Aparece normalmente localizada no espaço e/ou no tempo determinado e a história é sempre moldada pela imaginação.
     As personagens são poucas mas geralmente estão identificadas pelo nome.
     Nem sempre as lendas abordam temas históricos. Muitas vezes são narrativas que expliquem fenómenos físicos ou aspectos da realidade animal, mineral e vegetal.
     A lenda baseia-se em factos reais.

Tipos de Lendas

Existem vários tipos de lendas:
a) Lendas Religiosas - são narrativas cristãs referentes à invenção de Jesus Cristo e Maria na vida dos humanos.

b) Lendas Mitológicas - são contactos em certas localidades e abordam factos que, segundo o povo, tiveram invenções do diabo, de fantasmas, de gigantes, de bruxas, de sereias, de feiticeiras ou de monstros.

c) Lendas Históricas - referem-se a personagens da História de um país, locais ou monumentos. Por vezes, em vez de incluirem elementos maravilhosos, são contadas de uma forma exagerada.

d) Lendas Etimológicas - são aquelas que estão na origem de povoações ou lugares.

e) Lendas de Mouros e Mouras - estão associadas ou à morte ou à prosperidade. A acção quase sempre decorre na véspera de S. João, de dia ou de noite e as mouras aparecem a pentear-se ao luar com um pente de ouro.

f) Lendas de Povoações Desaparecidas - procuram justificar o desaparecimento de lugares ou a ruína de aldeias, illa ou cidades.

A Fada Oureana

                Fátima, jovem e bela Princesa moura, era filha única do emir, que aguardava dos olhos dos homens numa torre ricamente mobilada, tendo por companhia apenas os aias e, entre elas, a sua preferida e confidente Cadija.
            Apesar de estar prometida a seu primo Abu, o destino quis que Fátima se apaixonasse pelo cristão que seu pai mais odiava, Gonçalo Hermingues, o “Traga-Mouros”, o cavaleiro poeta que nas suas cavalgadas pelos via a bela princesa à janela da torre.
            Rapidamente o coração do cavaleiro cristão se encheu daquela imagem e sabendo que a princesa iria participar no cortejo da Festa das Luzes, na noite que mais tarde seria a de S. João, preparou-se uma cilada de amor.
            No impressionante cortejo de Mouras e Mouros, montando corcéis lindamente ajaezados, Fátima era vigiada de perto por Abu. De repente os cristãos liderados pelo Traga-Mouros saíram ao caminho e Fátima viu-se raptada por Gonçalo.
            Mas Abu depressa se organizou e partiu com os seus homens e perseguição dos cristãos e a luta que se seguiu revelou-se fatal para o rico e poderoso Abu. Como recompensa pelos prisioneiros mouros, Gonçalo Hermingues pediu a D. Henriques licença para se casar com a princesa Fátima, a que o rei acedeu com a condição que esta se convertesse.
            A região que primeiro acolheu os jovens viria a chamar-se Fátima, mas a princesa, já com o nome cristão de Oureana, deu também seu nome ao lugar onde se instalaram definitivamente, a Vila de Ourém.